quinta-feira, 8 de outubro de 2009



SAMHAIN

A antiga festa celta, conhecida hoje como Halloween, é celebrada no final de outubro e começo de novembro. Esta é a noite em que os portais do Ouro Mundo são abertos e os espíritos podem comunicar-se com os homens. Também, as horas de luz estão diminuindo e os dias se tornam mais curtos. Fala-se em declínio das forças do crescimento e de resplendor e começa a ganhar ascendência os poderes das trevas e do frio.
Samhain era o Ano Novo Celta que assinalava o começo do inverno. Para os celtas, qualquer fronteira revestia uma importância mágica. Esses momentos e lugares eram perigosos: havia a possibilidade de que acidentalmente um penetra-se no País das Fadas através dessas localizações ou de que aspectos do Outro Mundo chegassem ao nosso. O instante em que uma estação dava lugar à outra era especialmente delicado, sobretudo em 1 de maio e Samhain, quando o Outro Mundo estava bem próximo.
Em Samhain, o gado do campo tinha que passar dos pastos estivais às terras baixas, mais seguras durante o inverno. Qualquer cabeça que não pudesse manter-se no inverno teria que ser sacrificada. Essa é uma das razões que chamava-se a Samhain de "A Festa dos Mortos". Alguns dos animais seriam ritualmente sacrificados para propiciar poderes ao inverno (como as oferendas irlandesas por Samhain aos Formorianos, deuses da ruína) e alimentar os espíritos dos mortos que estariam presentes à celebração.
Depois de Samhain, fantasmas, espíritos e trasgos malignos voltam á terra. Os seres benignos como a Fada-Deusa Danann e o duende irlandês Puck, desaparecem da vista até o retorno da primavera. Os duendes malévolos, como a Corte Maligna da Escócia, entram em grande atividade até a Páscoa florida, junto com as Cailleachs (Bruxas do Inverno) e Feiticeiras, que foram provavelmente Deusas Bruxas do Inverno dominavam a estação.
Depois de Samhain, o que não havia sido coletado passavam a pertencer as fadas e aos duendes. Na Irlanda, Halloween recebe o nome de "Noite de Fuka", que depois desta data torna incomestíveis as colheitas. Os grifos galeses se apossavam de toda as colheitas que ficassem nos campos.
Nas regiões celtas, o Halloween parece ter sido ainda, a grande época do ano para se prever o futuro. Todos os tipos de adivinhações eram postos em prática naquela noite. Lemos que Dathi, rei da Irlanda no século V, estando no monte dos Druidas (Cnoc-nan-druad), no condado de Sligo, durante a festa de Halloween, mandou que seu druida lhe previsse o futuro, entre aquele dia e o próximo ano. O druida passou a noite no alto de uma colina e, na manhã seguinte, fez a previsão ao rei que se tornou realidade.
No País de Gales a festa do Halloween era a mais estranha de todas as "Teir Nos Ysbrydion", ou "Três Noites dos Espíritos", quando o vento, "soprando sobre os pés dos cadáveres", levava suspiros às casas dos que deviam morrer naquele ano. Acreditava-se que, se, naquela noite, alguém saísse até uma encruzilhada e escutasse o vento, ficaria sabendo das coisas mais importantes que deveriam acontecer nos próximos doze meses.
Essa é a época em que o véu entre os dois mundos, o das fadas e o nosso, está mais fino, fazendo com que seja mais fácil nos conectar e trabalhar com elas para fazer magia.

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